O Diário de Simmons

Meu nome é Paul Simmons, até a presente data tenho 29 anos completos. Em vista de minhas futuras descobertas e expedições, fui aconselhado a escrever em um diário, para pesquisas e lembranças posteriores. Assim sendo, inicio este contando minha vida até o presente.

1.12.2006

12 de Janeiro de 1920

Nasci em Arkham uma cidade próxima de Boston, na Nova Inglaterra, no ano de 1891, onde também passei a maior parte de minha vida (na verdade passei apenas quatro anos fora, em viagens de exploração científica). Minha vida sempre fora muito boa, porem nunca fácil, mas não reclamo das oportunidades que me foram concebidas, e nem das perdidas. Meu pai homem bondoso, mas de coração muito fraco havia-me ensinado todas as glórias e honras que um homem poderia ter e conquistar, o que o tornava um sonhador sem ambições de enriquecer. Como era doce o olhar daquele senhor, toda vez que sentado em sua cadeira de balanço - que ficava perto da lareira, para aquecê-lo nos gélidos dias de inverno em Arkham – contava histórias de sua infância quando trabalhava escravamente para se sustentar, uma vez que havia perdido seus pais na Guerra da Criméia. Minha mãe eu nunca conhecera, pois falecera quando estava em trabalho de parto, no meu nascimento. Pelo que meu pai contava, deve ter sido uma boa pessoa, apesar de muito dura com a família, nunca aceitando a vida que levara. Minha juventude foi passada em companhia de um pai já doente e sem pouco tempo de vida, o que me levou a trabalhar para lhe proporcionar um mínimo de conforto enquanto esperava a morte – esta que não tardou a chegar, o levando pouco antes de completar meu décimo sexto ano. Não tive irmãos ou outros parentes, pois minha família provinha toda do leste russo, tive que continuar minha vida apenas com as lembranças de meu pai, o que me deu forças para continuar meus estudos em arqueologia e paleontologia. Fiz amigos na faculdade Miskatonic, onde estudava, mas poucos mantiveram contato após o término dos cursos. Meu maior amigo foi justamente um professor que devido a sua pouca idade (na época em que lecionava para mim, contava com 25 anos apenas) se tornou uma boa companhia, seu nome é Blackmore. Nunca me casei, apesar das insistências do Prof. Blackmore, pois segundo ele “um homem precisa da companhia feminina”. Mas não achei uma pessoa para compartilhar toda uma vida. Atualmente faço escavações em sítios arqueológicos nos arredores de Arkham, tudo financiado pela Miskatonic. Bem minha história é basicamente essa, o que escreverei a seguir tem haver com minha personalidade e idéias. Para começar tenho cerca de 1,80m de altura, peso aproximadamente 75kg. Como sou descendente russo tenho os cabelos e olhos negros, pele branca. Não tenho nenhum tipo de deficiência visual ou fonoaudióloga, apenas uma leve surdez no ouvido esquerdo, mas nada que comprometa minha audição, isso foi defeito de nascença. Não sou do tipo atlético, embora não faça feio em esportes que necessitem de esforço físico. Quando estou concentrado, poucas coisas conseguem minha atenção, enquanto estiver absorto. Às vezes isso se torna minha maior qualidade, como algumas vezes meu maior defeito. Não sou muito de reclamar da vida, ou das pessoas, mas uma coisa que me aborrece muito são pessoas convencidas! Em minhas expedições e estudos, encontrei um grande número de pessoas e livros que citavam antigas lendas de Deuses Ancestrais, monstros e fantasmas. Acho muito interessante o estudo de tais áreas, mas nunca me aprofundei em nenhuma, pois não dou muito crédito. As únicas histórias e lendas que me chamam atenção fora do comum, falam sobre antigas civilizações e construções que submergiram no mar e/ou foram engolidas pela terra. Ultimamente minha maior companhia tem sido um gato albino que me fora dado pelo Prof. Blackmore. Disse-me ele, que os gatos são a ponte entre o nosso e um mundo onírico. Outra lenda desacreditada por mim, mas como me foi dado por amizade tomei-o pelo nome de Macário. Bem, eis minha vida até o presente momento.